Meu tio Rui se foi.
Quando eu era criança, e descobria que ele lia pra caralho, e escutava todo tipo de música, e via um monte de filmes, e escrevia, eu pensei: "cara, quero fazer isso também".
Ele era um mestre da brevidade e do coloquial. Eu nesses quesitos fui pro lado oposto. Quando pedi opinião dele sobre minhas coisas, ele me falou pra estudar Cortázar. Nunca me dei bem com tanta brevidade.
Ele publicava "por conta" antes das impressoras digitais, e me assombravam as caixas cheias de livros que ele tinha, por causa das tiragens mínimas. Por causa disso, quando fui lançar os meus livros, fui atrás das impressões sob demanda e ebooks.
O cara produzia demais. Eu e ele acabamos por vias diferentes no Clube de Autores. A diferença é que ele conta 96 (!) publicações lá, além do que publicou fora. E além das pencas de concursos que ele ganhou só de olhar de revesgueio.
Fiz uma página pra carreira dele como autor aqui no meu blog.
Abraço, tio.