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27 de novembro de 2010

Lento super rápido

Graeme Taylor já fundou uma página, a Straylight, para os seus vídeos Glide, criados com uma técnica engenhosa: uma câmera digital filmando para fora da janela de um trem em alta velocidade. Posteriormente, a reprodução do vídeo é desacelerada e cria um efeito descrito por Graeme como "sem objetivo, livre de ação e totalmente mesmerizante".





Os próximos vídeos trazem um novo helicóptero que voa sem girar os rotores:





Na verdade, o efeito é obtido com outro truque engenhoso. A velocidade de captura de quadros da câmera é regulado para acompanhar a velocidade do rotor do helicóptero. Assim, a câmera captura imagens quando a hélice alcança o mesmo ponto. Todo o resto do veículo parece se mover enquanto a hélice parece imóvel, um efeito chamado aliasing temporal.

26 de novembro de 2010

O Tempo na ficção científica antiga (3)

Pouco antes de H. G. Wells e Jules Verne fundarem propriamente o gênero da ficção científica, houve vários autores que enveredaram pela especulação científica, e dentre estes é possível indicar alguns que trataram do Tempo em algum aspecto.

Antigas visões do futuro incluíam dirigíveis dominando os céus
Apesar de sua considerável contribuição por ter cunhado o termo "literatura futurista", a Internet negou ao historiador francês Félix Bodin uma biografia adequada. Encontrei esta na Wikipédia em francês, sem mencionar sua tardia mas inegável aventura pela ficção científica, se é que não é um ilustre homônimo e contemporâneo. De qualquer forma, a obra em questão é Le Roman de l'Avenir ("O Romance do Porvir", 1834), notável pelo tratamento do progresso social e moral da humanidade além do tecnológico, e no sucesso maior naquele do que neste. Exemplifica-se com a comparação: tecnologias a vapor e dirigíveis predominam em seu mundo na segunda metade do século XX, mas acertadamente ocorre o declínio do poder monárquico e o inverso crescimento da democracia, a influência crescente de companhias de capital aberto e a globalização da política mundial. Esta sociedade mundial do futuro estaria dedicada a eliminar três grandes males, guerra, escravidão e poligamia, ao mesmo tempo que lida com conflitos armados em uma projeção realista de que não haveria sucesso nestas empreitadas tão cedo.

A primeira menção de mumificação desta postagem é de Jane Webb Loudon (1807-1858), com seu "A Múmia!: Um Conto do Século XXII" (1827), publicado anonimamente. Influenciada por "Frankenstein" e pelas então recentes descobertas de franceses no Egito, na estória o faraó Quéops (ou Khufu, cuja múmia nunca foi encontrada) revive através de choques galvânicos no século XXII e perambula observando as mudanças na política, tecnologia e cultura, como mulheres usando calças, joias que emitem chamas, autômatos a vapor que fazem as vezes de médicos e advogados e casas sobre trilhos para a ocasional mudança de ares.

"Napoleão Diante da Esfinge", Jean-León Gérôme, 1868
O francês Louis-Napoleón Geoffroy-Chateau (1803-1858) escreveu o que é indicada como a primeira obra literária disponibilizada para o grande público a explorar o tema de história alternativa, "História da Monarquia Universal: Napoleão e a Conquista do Mundo 1812-1832" (1836). Como pode-se depreender do título, a obra conta a história do mundo após Napoleão subjugar a Rússia em 1812 (em nossa história os franceses bateram retirada), invadindo a Inglaterra em 1814 e continuando as conquistas até se tornar Imperador do Mundo. Seu governo propicia diversos avanços como veículos voadores, pianos de escrita, climatização, potabilização da água do mar, curas para diversos males e a descoberta do planeta Vulcano. Em certo momento, fala-se em um romance fantástico em que Napoleão teria sofrido uma derrota incrível na pequena cidade belga de Waterloo.

A monumental obra de Edgar Allan Poe (1809-1849) conta com dois textos que merecem menção nesta lista. Na sátira "Algumas Palavras Com Uma Múmia" (1845), Poe denuncia os extremos da egiptomania de sua época, com a múmia Allamistakeo (all a mistake quer dizer "tudo um engano") revivida através de eletricidade e iniciando um debate com os homens modernos que o reviveram. A múmia despreza todas as descobertas da modernidade, dizendo que os egípcios já haviam descoberto tudo, exceto pílulas para tosse. Em outra sátira, "O Milésimo Segundo Conto de Xerazade" (1845), a contadora de estórias de as "Mil e Uma Noites" descreve a oitava e última viagem do marinheiro Simbad, descrevendo todo tipo de maravilha, na verdade curiosidades dos Estados Unidos à época de Poe. O rei Xariar fica tão descrente com a estória que revoga sua decisão anterior depois das mil e uma estórias, ordenando a morte de Xerazade.

Imaginava-se difusão da tecnologia a vapor em vez de substituição
Émile Souvestre (1806-1854) descreve em seu "O Mundo Como Será" (1846) o mundo do ano 3000, para o qual o casal francês Maurice e Marthe são levados por "João Progresso", o condutor de uma locomotiva a vapor que viaja no tempo. Esse mundo do futuro tem veículos subaquáticos e subterrâneos movidos a vapor, sintetização de madeira e pedras, telefonia, climatização, culturas vegetais gigantes, e um governo mundial com capital no Taiti. Reformas sociais severas, incluem pessoas criadas e condicionadas desde a infância para trabalhos específicos, corporações influenciando decisões do governo e doenças e aflições causadas às pessoas pela comunidade médica.

Victor Hugo (1802-1885), mais lembrado por "Os Miseráveis", deixou "A Lenda dos Séculos" (1859-1883), uma coleção de poemas que descreve o poeta em sonho contemplando um "muro dos séculos", em que surgem projetadas visões do passado, presente e futuro. Os poemas procuram descrever essas visões, indo do lírico ao satírico, mais aludindo ao espírito de cada século do que sendo historicamente precisos. "O Século Vinte" contém dois poemas, "Mar pleno" e "Céu pleno", que contam como a humanidade reúne-se sob os destroços do veículo "Leviatã" que navegava por um mundo desértico assolado por ventanias. Finalmente os homens dirigem-se às estrelas em uma nave.

22 de novembro de 2010

O Tempo na ficção científica antiga (2)

Um dos elementos essenciais para a ficção científica -- logo ali, em seu nome -- é a ciência. Na tentativa de incluí-la em um gênero maior -- o da ficção especulativa -- é possível falar que é ficção em que a especulação envolve fatos científicos. Logo, momentos históricos marcados pelo progresso científico inevitavelmente instigam a imaginação e impulsionam as artes e a literatura, como o foram o Renascimento e o Iluminismo.

Mapa de Utopia, Abraham Ortelius, 1595
"Utopia" (1516), do inglês Thomas More (1478-1535), consagrou e deu nome à imaginação de sociedades ideais na literatura. A obra descreve a ilha de Utopia e o conjunto de práticas que a faz suportar uma sociedade perfeita, ainda que inalcançável. Obras no mesmo espírito incluem "Cidade do Sol" (1602) de Tommaso Campanella (1568-1639) e "Nova Atlântida" (1624) de Francis Bacon (1561-1626). Ainda que um tratamento contemporâneo -- More descrevia a ilha com relatos de viajantes que a visitaram -- seu nome, e o antônimo "distopia" são usados frequentemente para descrever sociedades futuristas. 

O irlandês Samuel Madden (1686-1765) escreveu "Memórias do Século Vinte" (1733) e "O reinado de George VI, 1900-1925" (1763), em que o protagonista recebe documentos governamentais do futuro através de seu anjo da guarda, que o permite examinar os problemas do mundo governado pelo Imperador George VI. A característica mais notável desse futuro é que, extrapolando a tendência de construção de canais de sua época, o autor imaginou que o futuro teria canais e vias fluviais no lugar de nossas estradas e trilhos, com barcos em vez dos nossos automóveis atuais. A obra de Madden é indicada como uma crítica usando a distância do tempo como Jonathan Swift (1667-1745) usou a distância do espaço em seu "Viagens de Gulliver" (1726).

L'An 2440, rêve s'il en fut jamais ("O Ano 2440, um sonho, se já houve um", 1771) do francês Louis-Sebastién Mercier (1740-1814) é um exemplo de utopia futurista, contando a história de um parisiense que adormece e desperta no ano do título, para uma cidade quase perfeita com mudanças desde o vestuário e consumo (como a eliminação de café, chá, tabaco e pastelarias) até reformas mais contundentes (como a eliminação de sacerdotes, dos impostos e do exército). 

 O francês Rétif de la Bretonne (1734-1806) -- mais lembrado por libertinagens -- tenta prever inventos e descobertas futuras em seu "A Descoberta Austral por um Homem Voador, ou o Dédalo Francês" (1781), em que o entomólogo Victorin desenvolve mecanismos alados baseado nas asas de insetos, para fugir com sua amante Christine voando para o sul, onde descobre Megapatagon, um arquipélago habitado por homens-animais, com o inverso da sociedade francesa, até no nome da capital "Sirap".

O francês Jean-Baptiste Cousin de Grainville (1746-1805) escreveu Le Dernier Homme ("O Último Homem", 1805) parece ter sido o primeiro a explorar o tema, que se tornaria frequente nas épocas vindouras. O narrador repassa a estória que lhe foi contada pela Encarnação do Tempo, a saga de Omégare, o Último Homem. Com o planeta quase todo reduzido a um deserto estéril pelos abusos do homem, Omégare foge para o último lugar vivo, no Brasil (!). Mas lá, Ormus, autoproclamado "Deus da Terra", deseja que Omégare procrie com Sydérie, a última mulher, para recomeçar a humanidade. Intimidado pelo futuro que criaria, com os primeiros humanos fadados ao barbarismo, Omégare escolhe a própria morte e o fim da humanidade. O tema "último homem" recebeu atenção imediata não apenas através de Mary Shelley, discutida a seguir, mas também por seguidores: Creuzé de Lesser ("O Último Homem", 1831), Paulin Gagné ("A Mulher Messias", 1858) e Elise Gagné ("Omégar ou o Último Homem", 1859)

"O Último Homem", John Martin, 1849
A inglesa Mary Shelley (1797-1851), notória autora de "Frankenstein" (1818), uma das obras apontadas como fundadoras da ficção científica, deve ser mencionada aqui por outros textos. Seu próprio "O Último Homem" (1826) descreve profecias escritas pela Sibila de Cumas adaptadas no relato de Lionel Verney, que perto do ano 2100 tenta alcançar a segurança em um mundo assolado pela peste, guerras e saqueadores. "Roger Dodsworth: O Inglês Reanimado" (1826), publicado como um relato fidedigno nos jornais ingleses, contava a história do inglês do título, nascido em 1629 e enterrado em uma avalanche em 1660, e trazido à vida depois de 166 anos. "O Mortal Imortal" (1833) é o relato de "Winzy" em seu 323o. aniversário, lembrando como tomou uma substância preparada pelo alquimista alemão Cornelius Agrippa (1486-1535), enquanto trabalhava para ele como seu assistente, tornando-se imortal.

19 de novembro de 2010

O Tempo na ficção científica antiga (1)

Examinar o tratamento literário do Tempo nos faz retornar frequentemente para o gênero da ficção científica. O tema certamente propicia explorações dissociadas do puramente científico -- como Proust, cuja obra abordei em artigo passado -- mas quando é observado como um todo, suas vertentes, invariavelmente, recaem sobre a literatura especulativa.

Tendo iniciado propriamente com H. G. Wells e Jules Verne (os nomes levam para artigos anteriores sobre ambos), elementos de ficção científica são encontrados em obras antecedentes, até autores imediatamente anteriores que seriam considerados ficção científica se não fossem analistas mais puristas com critérios estritos para definir o gênero. Pretendo fazer aqui uma menção daqueles precursores que exploraram temas relacionados ao Tempo.

Mapa de Atlântida, Mundus subterraneus de Athanasius Kircher (1602-1680)
A primeira que cabe ser mencionada é a Atlântida descrita por Platão (428-348 AEC) nos diálogos "Timeu" e "Crítias". Segundo ele, Atlântida era uma potência marítima localizada em uma vasta ilha defronte aos Pilares de Hércules (o Estreito de Gibraltar, a abertura do Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico), que governava um verdadeiro império que se estendia sobre Europa e África 11.000 anos atrás. Apesar de servir como inspiração para utopias literárias que viriam muito tempo depois (como "A Nova Atlântida" de Francis Bacon), Atlântida era na verdade uma distopia, o contrário perfeito de Atenas, que reunia os valores utópicos descritos por Platão em "A República". O fim de Atlântida representa muito bem isso: após falhar numa tentativa de invadir Atenas, a ilha é engolida pelo mar.

Os épicos indianos Ramayana e Mahabharatha, que podem remontar até o século IV AEC, também trazem elementos curiosos. Ramayana descreve a estória do herói Rama procurando resgatar sua esposa Sita, sequestrada pelo Rei Ravana de Lanka. Ravana recebe Rama em sua "vimana", um magnífico veículo capaz de viajar no ar, sob as águas ou pelo espaço, em uma esperançosa antecipação de naves voadoras. Mais adiante, buscando um fim para o terrível embate contra Ravana, Rama faz uso de uma "Brahmastra", uma arma concedida pelo deus Brahma que destruía o alvo sem resistência possível, além de privar de vida a região ao redor -- comparada às nossas atuais bombas atômicas. Já o Mahabharatha, que contém o relato da Guerra de Kurukshetra e o maravilhoso Bhagavad Gita, traz a história do Rei Kakudmi, que visita Brahma para saber qual dos pretendentes de sua filha magnífica seria o marido ideal. Kakudmi aguarda que músicos entretendo Brahma terminem e, quando o Criador o recebe, este gargalha, contando que o tempo em sua casa corre diferente do que na Terra. Eras passaram e até descendentes distantes dos pretendentes de sua filha já haviam morrido de velhos. Esse mecanismo de dilatação do tempo viria a ser frequentemente empregado em narrativas envolvendo viagem no tempo.

Similarmente, a lenda japonesa de Urashima Taro, do século VIII, conta como o pescador de mesmo nome salva uma tartaruga torturada por crianças. Uma imensa tartaruga depois surge para ele informando-o que a pequena era Otohime, filha de Ryujin, o Deus Dragão do Mar, que deseja agradecê-lo pessoalmente. Depois de alguns dias no palácio submarino de Ryujin, ele deseja voltar para casa, para desgosto de Otohime, que lhe presenteia com uma caixa que não deve abrir. Urashima chega à sua vila e descobre que 300 anos se passaram, e que todos que conhecia morreram. Em desespero ele abre a caixa e envelhece imediatamente. A voz de Otohime explica que não devia ter aberto a caixa, pois ela continha a sua velhice.

"Descida", ilustração de Edmund Dulac (1882-1953) para "O Cavalo de Ébano"
As estórias das Mil e Uma Noites, a notória coleção de narrativas árabes, contém vários traços de ficção científica, particularmente em "A Cidade de Bronze", "O Cavalo de Ébano" e "O Terceiro Conto de Qalandar", que trazem homens e criaturas mecânicas capazes de movimento autônomo, como precursores dos robôs. Mas é o romance "O Livro de Fadil ibn Natiq", depois traduzido como Theologus Autodidactus, escrito pelo sábio árabe Ibn al-Nafis (1213-1288) que melhor prevê o gênero em todas as suas características. O livro acompanha a trajetória de Kamil, um selvagem nascido em uma ilha que procura compreender o mundo através da racionalidade. O autor apresenta através de Kamil suas próprias teorias sobre diversos temas, sob um enfoque científico e religioso, passando inclusive a previsões sobre o futuro, incluindo um fim do mundo catastrófico.

16 de novembro de 2010

Relógios de Curitiba (1)

 
1866 - Farmácia Stellfeld (1857 de Sol da Tiradentes)
Local: Praça Tiradentes.
Detalhes: relógio de sol, formato irregular, face branca, números arábicos, graduado, inscrição "1857".
Links/Fotos: Gazeta do Povo, Circulando por Curitiba, José Domingos, Hackeando Catatau, Família Strobel.
Karl August Stellfeld, melhor conhecido como Augusto Stellfeld (1817-1894), fundou a Botica Allemã ao lado da Santa Casa de Misericórdia em 7 de abril de 1857. Em 1866 (1863?), a farmácia mudou para edifício próprio no Largo da Matriz, hoje Praça Tiradentes. Os artesãos alemães responsáveis pela obra realizaram o feito arquitetônico de construir o telhado sem usar pregos.

1880 - Hospital de Caridade da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia
Local: Rua André de Barros, esquina com Rua Alferes Poli.
Detalhes: relógio mecânico, circular, dois ponteiros, face cinza, números romanos (4 grafado IIII), não graduado.
Links/Fotos: PUC/PR, Flickr da Santa Casa, Gazeta do Povo, Circulando por Curitiba, COPAN, Pizzaria Reginas, Rim Online.
Resultado da iniciativa da Fraternidade Curitibana, que desde 1843 fazia esforços para estabelecimento da Santa Casa de Misericórdia na capital paranaense, o que veio a ocorrer só em 9 de junho de 1852. A construção do Hospital de Caridade iniciou em 1868 e foi concluída em 1880, sendo inaugurado em 22 de maio pelo imperador Dom Pedro II. A rua em que foi construída ganhou o nome de Rua da Misericórdia, atual rua André de Barros.

1883 - Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas
Local: Largo da Ordem.
Detalhes: relógio mecânico, circular, dois ponteiros, face branca, números romanos (4 grafado IIII), graduado.
Links/Fotos: Arquidiocese de Curitiba, Panoramio, Circulando por Curitiba, Agenda Digital, Vanessa Marcia Vargas
A igreja mais antiga da cidade foi construída em 1737 como Igreja de Nossa Senhora do Terço, mudando de nome com a chegada da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas em 1746, que usou o lugar como convento até 1783. Em 1834 uma parte da igreja desmoronou, mas a restauração só foi feita em 1880, com a visita do imperador Dom Pedro II. Em 1883 foi concluída a construção da torre, com sinos doados por ervateiros.

1885 - Estação Ferroviária Velha
Local: Avenida Sete de Setembro, 2775.
Detalhes: relógio mecânico, circular, dois ponteiros, face branca, números arábicos, segunda numeração interna de 13 a 24 horas colorida em vermelho, não graduado.
Links/Fotos: Shopping Estação, Estações Ferroviárias, Circulando por Curitiba, Blogeleuza.

A estação ferroviária de Curitiba foi inaugurada em 1885, para integrar a linha Curitiba-Paranaguá. Leia mais neste artigo que fiz sobre o Shopping Estação.

1891 - Igreja Matriz de São José em Santa Felicidade
Local: Avenida Manoel Ribas, 6252.
Detalhes: relógio mecânico, circular, dois ponteiros, face branca, números arábicos, não graduado, total de quatro (faces da torre).
Links/Fotos: Arquidiocese de Curitiba, Circulando por Curitiba, Bedene, Adenir Zanin, ACISF, Parques Curitiba
Um campanário separado do edifício principal é, segundo a Arquidiocese de Curitiba, elemento tradicional da arquitetura eclesiástica italiana. Encontrei foto da fundação da Igreja sem mostrar o campanário, todavia, e não pude determinar se já constava desde a inauguração ou se foi adicionada na ampliação que lhe deu o aspecto que tem hoje. A fachada anterior foi replicada no Memorial Italiano.

1893 - Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba
Local: Praça Tiradentes.
Detalhes: relógio mecânico, circular, dois ponteiros, face branca, números romanos (4 grafado IIII), graduado, total de dois (um em cada torre).
Links/Fotos: Arquidiocese de Curitiba, Wikipédia, Circulando por Curitiba 1 e 2, Cultura-Arte, JCassiano, Cristiane Santiago.
Curitiba cresceu ao redor da primeira igreja católica da cidade, uma capela de madeira construída em 1693. Em 1715 foi elevada a Primeira Igreja Matriz, e em 1720 foi concluída a construção de uma igreja de pedra e barro. Em 1860 a adição de torres levou à formação de rachaduras, que motivou em 1875 a demolição do edifício. A construção da igreja atual durou até 1893, e durante esse tempo a Igreja do Rosário, no Largo da Ordem, funcionou como Matriz. O edifício neogótico, inspirado na Catedral de Barcelona, teve projeto do arquiteto francês Alphonse de Plas. Foi promovida a Catedral em 1911 e a Basílica Menor em seu centenário em 1993.

1916 - Paço da Liberdade
Local: Praça Generoso Marques
Detalhes: relógio mecânico, circular, dois ponteiros, face branca, números arábicos, graduado, inscrição "Hora Normal", total de três (frente e laterais da torre).
Links/Fotos: SESC/PR, Circulando por Curitiba, Eu Já Fui, Curitibairros, Jornale, Wikipédia, O Globo
Em 1914, o então prefeito Cândido Ferreira de Abreu (1856-1919) iniciou a construção da primeira sede própria da prefeitura no local do antigo Mercado Municipal, projetada por ele próprio com a ajuda do escultor Roberto Lacombe. O Paço Municipal foi inaugurado em 1916, e em 1948 foi batizado de Paço da Liberdade. Depois de 42 prefeitos, deixou de ser a prefeitura em 1969. Em 1974 tornou-se o Museu Paranaense, assim permanecendo até 2002. Com a restauração concluída em 2009, tornou-se um espaço cultural mantido pelo SESC/PR. É o único edifício curitibano tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

6 de novembro de 2010

Desmentindo o mês "saco de dinheiro"

Vocês já podem ter visto isso:

Este mês de Outubro é muito especial. Tem 5 sextas, 5 sábados e 5 domingos. Isto ocorre somente a cada 823 anos. É conhecido como saco de dinheiro! Com base no fengshui chinês, passe esta mensagem para 8 pessoas e o dinheiro aparecerá em 4 dias! Aquele que interromper não participará plenamente desta experiência
Bem, é uma mentira, destinada a usar o desconhecimento generalizado sobre a matemática que rege nosso calendário, sobre misticismo e sobre a cultura chinesa para uma das práticas mais odiosas permitidas pela comunicação digital moderna -- a corrente. Parece que o factóide estava desvinculado de correntes originalmente, segundo o Snopes. Mas, infelizmente, alguém capaz de acreditar nisso pode ser bastante capaz de acreditar que o dinheiro virá.

Os anos não começam sempre no mesmo dia da semana porque, para a explicação mais rápida, 365 (dias do ano) não é divisível por 7 (dias da semana). Mas mesmo assim, por haver apenas 7 possibilidades, seria apenas uma questão de tempo até que o ano começasse novamente em certo dia da semana.

Mas o calendário tem um ajuste ao ano solar a cada 4 anos, que forma o ano bissexto, de 366 dias (que também não é divisível por 7). Mesmo com as regras para ano bissexto (será bissexto o ano divisível por 4 e não divisível por 100, ou o ano divisível por 100 e também por 400), é também uma questão de tempo até a mesma estrutura de meses repetir. As duas únicas variáveis são o dia da semana em que o ano começa e o ano ser bissexto ou não. Assim, há 14 tipos de ano diferentes, 7 (dias da semana) multiplicado por 2 (bissexto + não bissexto). 

Para ter 5 sextas, sábados e domingos, como outubro de 2010 teve (e como agosto de 2010 teve 5 domingos, segundas e terças), entretanto, não é nem necessário que o ano inteiro seja idêntico. Bastará que ocorra um tipo de ano em que agosto comece com um domingo. O Snopes novamente ajuda indicando o padrão, uma série de intervalos de anos que se repete: 6, 5, 6, 11:
  • 1965 (+6) 1971 (+5) 1976 (+6) 1982 (+11) 1993;
  • 1993 (+6) 1999 (+5) 2004 (+6) 2010 (+11) 2021;
  • 2021 (+6) 2027 (+5) 2032 (+6) 2038 (+11) 2049...
A ocorrência pode ser constatada mais diretamente se ver esses anos no calendário do sistema operacional de seu computador ou em qualquer calculador de calendário disponível na Internet, como esta planilha.

Viajante do tempo em Chaplin

Outra curiosidade que me enviaram por e-mail.

O irlandês George Clarke, fundador da companhia cinematográfica independente Yellow Fever Productions, de Belfast, divulgou em seu blog uma apresentação em vídeo de uma descoberta na gravação da estreia do filme "O Circo" (The Circus, 1928) de Charlie Chaplin, que encontrou nos extras do DVD que adquiriu. O vídeo está abaixo.


A descoberta é a de que uma figurante aparece em cena parecendo usar um telefone celular ou dispositivo semelhante. Quatro milhões de exibições depois, todo tipo de opinião surgiu, aceitando a explicação de "é uma viajante do tempo falando em um celular", ou rejeitando-a trazendo explicações mais plausíveis ou mais absurdas. O próprio Clarke listou algumas teorias em postagem própria. Eu as listo em ordem decrescente de graça (em minha opinião): viajante do tempo ou visitante alienígena (!); tecnologia avançada desenvolvida pelo governo; pacote de gelo para dor de dente; aparelho auditivo; e falsificação. Há outras teorias não tão populares, como "falando sozinha e se coçando".

Provavelmente era um aparelho auditivo como esse da Siemens. Mas sabem o que é realmente surpreendente? Nunca houve tanto rebuliço por Chaplin na Internet, mas não foi sobre ele nem sobre sua obra.

De Volta para o Futuro, 25 anos depois

Algumas pessoas tem me enviado curiosidades relacionadas ao Tempo por e-mail. A quem acompanha o blog, fiquem à vontade para fazer o mesmo!

Já fiz artigos sobre esculturas, pinturas, música, literatura sobre o Tempo. Ainda não apresentei filmes porque busco uma forma apropriada para fazê-lo (filmes individuais, por diretor, por tema, por franquia...?). Uma das presenças obrigatórias, que possivelmente renderá uma postagem só para a franquia, é "De Volta Para o Futuro" (Back to the Future, 1985). O canal Spike (não disponível no Brasil) homenageia os 25 anos do filme na edição 2010 de seu prêmio Scream, começando por uma chamada especial na televisão: Michael J. Fox reproduzindo o teaser original do filme, revivendo o protagonista Marty McFly. Confira o original e a nova versão:



O prêmio Scream 2010, transmitido em 19 de outubro, reuniu Michael J. Fox e Christopher Lloyd (que interpreta o Doutor Emmet Brown nos filmes).