Ruge com violencia o temporal desfeito.
Relampagos cruzam o ar nesta hora,
Em que o meu coração soluça no peito
Emquanto nos olhos uma lagrima aflora.
Pelos vidros da janela, ouço lá fora
O uivar do vento que passa satisfeito,
Tudo devastando; e á arvore que chora
Reviravoltas dar faz de todo o geito.
As horas se escoam silenciosamente...
E eu sem dormir á espera que amanheça.
Um raio cae alem. Cruzes! A cabeça
Lateja-me de dôr... E garbosamente
Surge o primeiro raio do sól matinal
Amainando enfim o terrivel temporal.
1932
ARION WERNECK (meu avô)
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