Ao cãosinho que fugiu de casa
Por toda a estrada -- sobre escolhos
Da Vida andei, E ainda hoje sigo
A buscar por toda a parte de olhos
Lacrimoso, o rastro de um fiel amigo.
Em vão o procurei. E já desanimado
Retroceder queria, quando o acaso
Fez com que te encontrasse abandonado
Ao léo da sorte, no maior descaso.
Tiritavas de frio pobre cãosinho
E eu compadecido de tua sorte,
Levei-te á minha casa e com carinho
Fiz de ti um amigo, bom rafeiro.
Mas ainda hoje interrogo com voz forte:
-- Porque me abandonaste companheiro?
Set. 1932
ARION WERNECK (meu avô)
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