Sonho e seu meio-irmão Morte, John William Waterhouse, (1874) |
de Edgar Allan Poe (1809-1849)
Traduzido por Eduardo Capistrano
(preservando a estrutura de rima)
Texto original de A DREAM WITHIN A DREAM obtido em The Edgar Allan Poe Society of Baltimore.
Sobre a fronte este beijo venha a tomar!
E, de você agora a me separar,
Este tanto permita-me confessar —
Não está errado, quem está convencido
Que meus dias um sonho têm sido;
Ainda que a esperança tenha embora voado
Em uma noite, ou em um dia passado,
Em uma visão, ou em nenhuma vivida,
É ela portanto menos perdida?
Tudo o que vemos ou que temos transparecido
É apenas um sonho em um sonho inserido.
Em meio ao rugido fico em pé
De uma costa atormentada pela maré,
E seguro em minha mão apertada
Grãos da areia dourada —
Quão poucas! mas como vão penetrando
Pelos meus dedos para o fundo derramando
E eu chorando — eu chorando!
Ó Deus! Não posso manter
Eles e mais apertado os conter?
Ó Deus! Não posso eu salvar
Um da onda impiedosa a quebrar?
É tudo o que vemos ou que temos transparecido
Apenas um sonho em um sonho inserido?
E, de você agora a me separar,
Este tanto permita-me confessar —
Não está errado, quem está convencido
Que meus dias um sonho têm sido;
Ainda que a esperança tenha embora voado
Em uma noite, ou em um dia passado,
Em uma visão, ou em nenhuma vivida,
É ela portanto menos perdida?
Tudo o que vemos ou que temos transparecido
É apenas um sonho em um sonho inserido.
Em meio ao rugido fico em pé
De uma costa atormentada pela maré,
E seguro em minha mão apertada
Grãos da areia dourada —
Quão poucas! mas como vão penetrando
Pelos meus dedos para o fundo derramando
E eu chorando — eu chorando!
Ó Deus! Não posso manter
Eles e mais apertado os conter?
Ó Deus! Não posso eu salvar
Um da onda impiedosa a quebrar?
É tudo o que vemos ou que temos transparecido
Apenas um sonho em um sonho inserido?
0 comentários:
Comente...