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O Colosso de Ozymandias (nome helenizado de Ramsés II), Ramesseum, Luxor, Egito Charlie Phillips, CC BY 2.0, via Wikimedia Commons |
OZYMANDIAS de Percy Bysshe Shelley (1792-1892)
Traduzido por Eduardo Capistrano
(preservando a estrutura de rima)
O texto original utilizado foi obtido de Rosalind and Helen, A Modern Eclogue; With Other Poems, na biblioteca digital HathiTrust. A coletânea poética foi publicada em 1819 em Londres pela C. and J. Ollier. Ironicamente, Ozymandias, um dos "outros poemas" do livro, é de longe seu texto mais conhecido. O soneto tem rima ABAB ACDC EDE FEF.
Eu encontrei de uma terra antiga um viajante
Que disse: Duas vastas pernas de pedra, o tronco perdido,
Erguem-se no deserto. Perto delas, na areia, adiante
Meio enterrada, uma face estilhaçada jaz, cujo franzido,
E lábio enrugado, e o escárnio de frio comandante,
Contam que seus escultores bem tais paixões decifraram
Que ainda sobrevivem, estampadas naquelas coisas estéreis,
A mão que zombou delas e o coração que alimentaram:
E no pedestal estas palavras aparecem:
Meu nome é Ozymandias, Rei dos Reis:
Contemplem minhas obras, ó Poderosos, e se desesperem!
Nada além remanesce. Ao redor da decadência
Daquele colossal destroço, sem limite e vazias se vêem
As solitárias e planas areias estendendo à distância.