O uso de tecnologias gráficas, especialmente em excesso, já foi apontada como prejudicial à qualidade artística do cinema e da fotografia, evidenciando um interesse comercial. Curiosamente, são as mesmas tecnologias que tem aproximado propagandas -- fundamentalmente comerciais -- a obras de arte. Qualifico as propagandas mencionadas aqui como arte não só como um elogio à técnica, mas também pelo verdadeiro fascínio que são capazes de inspirar.
Comerciais tem uma missão ingrata: tempo limitado para capturar a atenção, causar forte impressão e motivar à compra. Produtos e empresas aclamadas contam com indubitáveis privilégios, com gordos orçamentos para publicidade e o luxo de dispensar a motivação à compra, concentrando-se em criar algo que fique na memória do consumidor potencial -- atrelado, claro, ao nome do produto ou empresa.
Para uma lista de propagandas com elementos relacionados ao Tempo, inicio com a que inspirou o título e o tema da postagem, a Time Sculpture da Toshiba. Da agência Grey London, o comercial integra uma série que pretende quebrar recordes mundiais. Time Sculpture entrou no Guinness como "maior número de imagens móveis em uma cena composta". A música é Air War, da dupla Crystal Castles.
A Dove promoveu sua Campanha pela Real Beleza através de uma série composta por Daughters, Evolution, Onslaught e Amy, pela agência Ogilvy & Mather, dirigidos por Tim Piper. O conhecido Evolution acelera o tempo mostrando a criação da falsa beleza feminina para uma propaganda de cosméticos. Onslaught, acima, antecipa em segundos a carga de ilusões cosméticas que uma menina receberá adiante na vida.
A Philips criou uma série de propagandas para as televisões de LCD Cinema 21:9. Duas merecem menção. Parallel Lines, na data desta postagem ainda em exibição na página da série Cinema 21:9, traz cinco curtas de estilos drasticamente diferentes, contendo o mesmo diálogo. Produzidos em parceria com a Ridley Scott Associates, os filmes vão do thriller sobrenatural à ação cyberpunk.
O impressionante Carousel de abril de 2009, dirigido por Adam Berg e vencedor do Grand Prix no Festival de Publicidade de Cannes, traz dupla conexão com o Tempo. Em um instante parado no tempo, navega pelos diversos eventos de um confronto entre a polícia e uma gangue de palhaços. O título não deve-se apenas a isso, mas pelo retorno ao início, no final. Há também um "making of".
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